Já passava da
uma da manhã, a boate já tinha sua capacidade esgotada, mas nada de Renzo
aparecer. Bianca por vezes parecia esquecer disso mas sempre que olhava para
Hanz parecia pedir sua ajuda, o que evidenciava sua preocupação.
O
rapaz sentia-se mal por não poder fazer nada e também estava preocupado com o
amigo, tentava imaginar onde ele poderia estar mas nenhum lugar vinha à mente
já que naquele horário a academia jamais estaria aberta.
Mas
lhe confortava a idéia de que aquele sumiço talvez fizesse parte de um plano do
amigo para surpreender a namorada, mas esta, ao encarar Hanz trazia-lhe de
volta a preocupação.
Apesar
de estar detestando aquele lugar onde o som extremamente alto e o calor
insuportável entorpeciam os sentidos ele de certa forma consolava Bianca, o que
era-lhe um consolo por estar ali. Por vezes pensava em ir para casa, afinal á
havia cumprido seu papel, mas receava que Renzo jamais o perdoasse por
abandonar Bianca naquela situação caso alguma coisa realmente grave tivesse
acontecido.
Mesmo
em silêncio, bebericando alguma coisa, por vezes rindo de alguma piada de
alguém da mesa que ele mal ouvira, ele estava dando apoio á aniversariante, e
isso lhe fazia bem, saber que estava sendo útil de alguma forma.
Mas a
natureza chamou-o a realidade, fazendo com que fosse obrigado a cruzar quase
toda a boate em busca do banheiro, abandonando assim a mesa.
Com
certeza ele preferia cruzar um campo minado ao invés de ter que atravessar por
todo o salão abarrotado de pessoas suadas e cheirando a bebida.
“Droga,
espero que eu consiga segurar até lá. Como esse povo agüenta esse calor
insuportável??”
Em
meio a trombadas e pisões Hanz chega ao seu destino e após fazer o que devia
parte em retorno à mesa da aniversariante, ainda pensando na hipótese de sair
do lugar e voltar para sua casa tranqüila.
Enquanto caminha por entre a multidão de
pessoas enlouquecidas por suas descargas hormonais eis que uma pesada mão
agarra-lhe pelo ombro.
- Era
contigo mesmo que eu precisa falar fiu!!!
Hanz
já imagina tratar-se de algum playboy a fim de briga e fica pensando onde
diabos Renzo estaria naquele momento para dar um jeito no infeliz, mas ao
virar-se obtém instantaneamente a resposta para essa questão. Hanz depara-se
com o amigo em trajes nada condizentes com a ocasião, na verdade, com as mesmas
roupas com que tinha ido à sua casa na última tarde.
-
Renzo, pô meu, o que aconteceu cara? Sua mina tá morrendo de preocupação com
você!!!
- Eu
imagino. Vem comigo fiote, me segue, vamos sair daqui.
-
Porra, dá um toque pra Bianca antes pelo menos.
- Não
Hanz, deixa quieto, amanhã eu falo com ela, não to a fim de estragar a noite
dela. Amanhã eu explico tudo pra ela, vamo nessa. – Renzo segue rumo à saída,
visivelmente nervoso, certo de que Hanz o está seguindo como pediu.
Por
um lado o fato de sair dali era um alívio para o rapaz mas a expectativa do que
podia ter acontecido para deixar o amigo transtornado daquela forma o
preocupava.
Ambos
seguem até o carro de Renzo, que mantém-se em silêncio.
-
Você tá bem meu? Você parece mal Renzo, o que foi?
-
Calma aí fiote, vamos parar em algum lugar, comer e beber alguma coisa porque
to verde de fome, daí a gente conversa na boa.
O
jeito foi concordar, não havia outro jeito, a ansiedade por saber o motivo de
tanto mistério consumia Hanz, mas preferia não pressionar o amigo, ele contaria
no momento que achasse melhor.
Não
demorou muito e Renzo decidiu parar em uma lanchonete quase no final da
avenida, que àquele horário e devido também ao frio, não tinha muito movimento.
Entraram
e sentaram-se bem ao fundo, calados.
Renzo
fez o pedido, uma cerveja e duas porções, uma de anéis de lula e outra de
provolone à milanesa. Estava visivelmente nervoso mas ainda mantinha-se calado
sem nem sequer olhar para o amigo.
-
Porra, você tá com fome mesmo heim. – brincou Hanz tentando quebrar aquele
clima pesado.
Renzo
deu um sorriso com o canto da boca só pra não deixar o amigo no silêncio, mas
ainda não parecia disposto a falar.
-
Pensei que você fosse pedir um sanduíche ou algo do tipo, essas porções matam
sua fome?
- Se
não matarem eu peço mais alguma coisa. A não ser que você não goste do que
pedi, se for isso, pode pedir alguma outra coisa, não esquenta não.
-
Não, não Renzo, eu gosto sim, é que como você disse que estava com fome... por
mim tudo bem.
O
silêncio persistiu até o momento em que o grandalhão pôde tomar seu primeiro
gole de cerveja, depois disso ele desandou a falar, como se fosse um gravador.
-
Fiu, depois que eu saí da sua casa eu resolvi alguns negócios e passei na minha
tia, ia confirmar se minha prima iria na festa, quando cheguei lá encontrei as
duas chorando cara, aquilo me cortou o coração, mas eu não tava entendendo
nada. O foda foi quando descobri o motivo do choro fiu. Um maloqueiro filho da
puta lá do bairro delas, que o pessoal chama de Chacal, tentou estuprar minha
prima fiu, por Deus ela escapou. Fiu, a menina tem quinze anos!!! Perdi
totalmente o controle... coloquei ela no carro e saí atrás do infeliz.
Uma
pausa para mais um gole de cerveja, Hanz ouvia o amigo silenciosamente, já
imaginando o desfecho do episódio.
- O
filho da puta tava bebendo num boteco como se nada tivesse acontecido, pedi pra
minha prima me mostrar quem era ele. Fiu, você não imagina o olhar dela quando
viu o cara, o horror nos olhos dela, puts. Perguntei pra ela “Você quer ver
isso?”, e ela disse que não, que queria ir pra casa, eu então levei ela de
volta e depois voltei atrás do miserável, ele ainda tava lá bebendo sossegado,
rindo, junto com dois camaradinhas dele.
A
história é interrompida pela chegada do garçom trazendo o restante dos pedidos.
O
aroma das porções torna obrigatória uma pausa no relato, Renzo devia estar em
jejum desde o almoço.
-
Sim, e quantas costelas você quebrou do cara?
Renzo
encara o amigo e não se contém, ambos começam a rir.
-
Fiu, os três devem estar no pronto socorro uma hora dessas tentando descobrir
qual foi o caminhão que atropelou eles.
- É,
foi mais ou menos isso que eu imaginei mesmo.
Os
dois já pareciam estar mais relaxados, e a conversa começou a fluir mais
sossegadamente, sem o ar tenso que havia no início.
- Dá
pra entender o motivo de você não ter aparecido na festa, a Bianca vai entender
com certeza.
- Vai
sim. Realmente eu não estou com cabeça pra festa não fiote. Sabia que ia te
encontrar lá e queria conversar contigo, você é um amigão mesmo fiote.
-
Valeu Renzo, você sabe que pode contar comigo pro que precisar.
-
Nossa fiote, to surpreso contigo. Pensei que você fosse me passar o maior
sermão por causa do que eu fiz... ainda bem que você entende o meu lado.
-
Meu, nem tem porque passar sermão cara, o vagabundo tenta estuprar sua prima de
quinze anos e você acha que ele merece o quê? Você tinha que telefonar pra
polícia, esperar a boa vontade deles em fazer alguma coisa, depois sua prima
ter que ir fazer exame pra comprovar o crime e blá blá blá? Porra, ninguém tem
sangue de barata não cara, você tá mais do que certo de ter feito o que fez, o
único problema seria se os caras estivessem armados, daí você podia ter se
ferrado, mas como provavelmente eles não estavam, você tá mais do que certo
Renzo.
- É
bem por aí mesmo, os caras tiveram o que mereceram, mexeram com quem não
deviam. Eu só to chateado porque a menina tá com um puta trauma, se você visse
o rostinho dela fiote...
-
Imagino mesmo, é foda, será que o que você fez vai fazer ela se sentir melhor?
- Não
sei, seria bom se fizesse. Mas sabe fiote, na hora que eu peguei eles foi
diferente, era como se tudo saísse automaticamente, eu não tive que me segurar
como acontece quando tem briga na boate, eu parti com tudo mesmo, liberei toda
minha raiva e fui pra cima, sem dó, sem
me preocupar se tava detonando os caras ou não...
-
Acho que entendo você, é que normalmente quando você briga você sempre tem que
se controlar, não pode quebrar geral, e
dessa vez você foi com tudo, sem se preocupar se ia matar os vagabundos ou não.
- É
isso mesmo. Cara, eu fiquei tremendo mó tempão depois, a adrenalina fervilhava
no sangue cara. Quando eu peguei o primeiro, o estuprador, deitei ele de
primeira, daí um dos amigos dele partiu pra cima, deitei ele na hora, mas nisso
o vagabundo levantou e veio de novo em mim, daí a pancadaria comeu solta, e o
terceiro ficou estático vendo aquilo tudo, o cara nem se mexia, só esperando
chegar a vez dele, mas nem demorou muito não.
- Mas
o resto do pessoal do bar nem entrou no meio? Não baixou polícia não?
-
Ninguém se meteu não, mas também a coisa não demorou muito não fiote, acho que
foram uns dois minutos. Quando eu vi os três arrebentados jogados no chão eu
corri dali, virei a esquina pra pegar meu carro que eu deixei meio escondido e
saí fora, nem sei se baixou polícia.
-
Porra, você pensou em tudo mesmo heim. Assim nem seu carro os caras não tem
como marcar. Interessante...
Hanz
sempre divergiu das leis que vigoravam no país em relação à criminalística.
Sempre foi contrário à vários aspectos políticos do país, e certas coisas o
indignavam como a corrupção descarada e impunidade de quem as praticava. Apesar
de até então nunca ter agido mais efetivamente em relação a isso ele odiava os
semi-politizados, os pseudo-intelectuais que se reuniam de final de semana para
discutir política, opondo-se à tudo e à todos mas passeando em seus belos
carrões e comendo caviar, sem nunca terem coragem de fazer alguma coisa para
mudar aquele cenário deprimente e ainda se intitulando como revolucionários.
Quando
decidiu mudar de vida umas de suas expectativas era sair dessa passividade
incrustada no povo e partir para a atividade na tentativa de fazer alguma coisa
mudar, estava cansado de ver o povo engolir todo o lixo que os governantes
faziam sem nenhum tipo de manifestação.
Pela
atitude de Renzo ele percebeu que se estivesse mesmo empenhado em tomar alguma
atitude em relação a esses seus ideais essa amizade poderia ser o início da
formação de um grupo disposto a lutar pela moralização do país.
-
Sabe o que é pior fiote? Se eu me descuidar ainda é capaz de eu ser preso
taxado como bandido e os vagabundo saírem como vítima dessa.
-
Pior que é verdade, mas acho difícil de isso acontecer. O maldito atacou sua
prima cara, você agiu em defesa dela, acho difícil disso acontecer.
-
Olha fiote, aqui entre nós, mas tem horas que dá saudade da época da ditadura,
dos grupos de extermínio e tal... Naquela época pelo menos bandido não tinha
vez não, era cadeia ou caixão e boa.
-
Tenho que concordar com você, mas acho que não adianta ficar nessa de fazer
justiça por conta própria, porra, vivemos numa sociedade, o mais correto é haver
uma reformulação nas leis para que as penas sejam mais severas, para que a
polícia mostre para esses meliantes quem é que manda.
- Eu
sei que você não concorda comigo por causa da sua religião fiote, mas pra mim
tinha que existir prisão perpétua, ou melhor ainda, pena de morte mesmo.
- Em
alguns pontos, por mais triste que seja, eu divirjo do kardecismo sim, e esse é
um deles, tinha que existir a pena capital mesmo, existem crimes que são
monstruosos demais, não tem como deixar o autor sair da gaiola nunca mais. Mas
também não é justo esses vagabundos ficarem vivendo ás custas do povo o resto
da vida. Se fosse um caso muito grave, onde não houvesse mais remédio, o jeito
era pena de morte e fim de papo.
-
Foda fiote, os caras tem vida melhor na cadeia do que muito trabalhador por aí.
Tem medico garantido, dentista, comida balanceada e tudo o mais enquanto muito
trabalhador por aí não tem nem condições de dar de comer pros filhos.
-
É... é a inversão de valores meu. E vai inventar de mudar alguma coisa, vai a
polícia matar um ou outro por aí, daí já aparecem logo os babacas dos direitos
humanos pra defender esses vagabundos.
- É
verdade fiote. Eles fazem isso porque não foi um pai, uma mãe, um filho deles
que sofreu algum tipo de violência. Por que eles não vão dar palpite lá nos
Estados Unidos? Porque lá o bicho pega, o governo não dá moral pra eles não.
Esse Brasil é que é uma festa mesmo.
-
Olha meu, eu acho que o governo tinha era que fazer essas reformas e ignorar
esses sujeitos, o governo é quem tem que mandar e não eles. Que poder esses
caras tem? Nenhum, nem a população dá apoio à eles...
O
silêncio retorna à mesa, os amigos terminam a cerveja e a comida, mas Hanz
completa.
-
Isso tudo é muito complexo, mas acho que alguma coisa deveria ser feita para
pressionar o governo em relação a essas reformas e até mesmo haver uma pressão
do povo pela moralização da política no país, tudo tá uma baderna.
-
Concordo com você fiote, concordo com você.
Após
acertarem a conta os dois deixam o local que àquela altura já estava para
fechar, já eram quase três da madrugada.
Já no
carro, enquanto voltam até onde Hanz deixara seu carro, a conversa prossegue.
-
Fiote, eu outra coisa, não adianta só mandar pra cadeia os ladrões de galinha,
a justiça tem que ser feita em relação à todos, corruptos e etc, só assim a
justiça do país será levada a sério.
Hanz
concorda fazendo sinal com a cabeça e, baseado em anos de reflexão, faz a
pergunta que pode mudar o rumo da vida de ambos.
-
Renzo, o que você acha de a gente deixar de ser tão passivo e passar a fazer
alguma coisa em relação à isso?
O grandalhão olha pra ele com um sorriso
enigmático.
-
Hanz, não precisa perguntar duas vezes não fiote. E tenho uma coisa pra te
dizer: tem um casal de amigos meus que já deram a entender a mesma coisa e que
podemos conversar com eles sobre isso.
-
Muito bom cara, mas você sabe que esse tipo de coisa deve ser conversado com
gente de total confiança senão a gente pode se ferrar feio cara.
-
Fica frio, o cara é camarada meu, já conversei muito com ele sobre esse tipo de
coisa e acabamos chegando a mesma conclusão que chegamos agora. Até a namorada
dele partilha das mesmas idéias.
-
Então tudo bem, se você garante isso. Meu carro tá parado ali na frente.
-
Beleza fiote, vou fazer o retorno e já volto, me espera no carro, esse frio tá
fogo. – fala Renzo parando o carro para Hanz descer.
Renzo
segue conforme declarou, mas enquanto Hanz pega suas chaves no bolso um rapaz
se aproxima.
- Aí
dotô, quanto morre pela olhada no carango?
É um
daqueles famosos guardadores de carros que, a seu modo, cobram pelo suposto
serviço prestado.
- Só
um minuto. – Hanz apanha sua carteira para entregar algum trocado ao rapaz,
normalmente não mais que cinco reais, que é o valor normalmente pago nessas
ocasiões.
- Aí
dotô, tá demorano heim!!
-
Calma aí amigo, to procurando aqui, não precisa de pressa.
Hanz
se irrita com a pressa do cidadão.
-
Podi sê qualqué dez real memo, não precisa sê merreca trocada não.
-
Fica pra próxima então cara, não tenho dinheiro trocado. – fala Hanz desistindo
e guardando a carteira.
O
meliante se aproxima de forma que Hanz não pode abrir a porta do carro, já
assustando-o, que olha em volta a procura do carro de Renzo para ter ajuda, mas
o amigo está embaralhado com o trânsito e demora mais que o previsto para
retornar. Hanz tenta distrair o rapaz.
-
Descola a grana aí cara, não enrola não. Ow maluco, cê tá vacilano é? Esvazia
logo essa carteira aí senão o bicho vai pegar!!! – finalmente o cidadão mostra
suas verdadeiras intenções.
Essa
frase já indica trata-se de um assalto, mas Hanz não percebe nenhuma arma com o
rapaz, mas ainda receia um pouco pois pode haver alguma arma escondida com ele.
O
carro de Renzo já vem em sua direção, parece que o “guardador de carros” vai se
dar mal.
- Vamo mano vamo!!! Passa logo a cartera!!! – o rapaz
dá um tapa na porta do carro para intimidar Hanz.
Com
essa atitude Renzo já percebe o que está acontecendo e pára seu carro em fila
dupla para ajudar o amigo.
- Se eu fosse você cara eu caía fora. – diz
Hanz.
- Aí
fiu, que que tá pegando aí? – Renzo já vem ao encontro dos dois.
O
meliante percebe seu erro tarde demais pois está cercado.
-
Nada não dotô, só to pegano a grana aqui com o colega, é que eu tava olhano o
carro dele.
- É
Renzo, ele só queria a carteira como pagamento. – completa Hanz cinicamente.
- Ah
é? Legal fiote, mas me diz uma coisa, você pediu pra ele cuidar do seu carro?
- Não
que eu me lembre, quando cheguei nem vi ele por aqui.
O
rapaz está entre Hanz, o carro e Renzo e percebe que está em mals lençóis.
- Mas
não tem que pedi dotô, aqui é a área que eu trabalho, parano aqui sô eu que
cuido.
- Ah,
então a rua aqui é sua é? Porra, juro que não sabia que a rua tinha dono... –
Renzo já está prestes a agarrar o rapaz pelo pescoço.
- Não
tem que cuidar do meu carro não cara, ele não precisa de babá. Meu carro tem
alarme e seguro, e outra meu, a gente dá alguma coisa quando tem ou quando tá a
fim de dar, você tava me assaltando e agora quer dar uma de coitado é?
-
Alarme ele pode tê dotô mas ele pode aparecê riscado ou sem um retrovisô...
Foi a
gota d água, Renzo agarra-o pelo pescoço.
-
Miserável, eu vou te mostrar o que que você vai riscar!!!
Em
pânico o rapaz de seus vinte anos leva a mão na cintura para pegar alguma coisa
mas Renzo percebe a intenção e o impede com uma seqüência de socos no rosto.
Hanz
se afasta olhando para os lados à procura de um policial ou alguém para dar um
jeito na situação.
Após
umas três joelhadas nas costelas Renzo joga o oponente no chão, que se contorce
de dor.
-
Vamos chamar a polícia Renzo!!!
- Não
fiote, nada de polícia não, não adianta nada, vamos dar um fim nesse vagabundo,
vamos pôr ele no carro.
-
Pára meu, ce tá louco? Deixa ele aí então, vamos embora daqui.
- Pra
que fiote? Pra ele continuar aprontando? Se ele tava fazendo isso com você
imagina com quantos ele já não fez antes?
- Eu
sei meu, mas dexa queto isso, acho que tão cedo ele não apronta mais não, olha
como ele tá.
Hanz
já segura o amigo pelo ombro para impedi-lo de continuar com seu plano, Renzo
olha pro rapaz caído com ar de nojo e dá um chute na cara dele que acaba
rolando e deixando aparecer a faca que trazia na cintura.
-
Olha aí que filho da puta!!! – grita Hanz.
- Taí
o trabalhador fiote!!! Pra que trabalhador precisa andar com faca? É bandido
mesmo esse cachorro!!!
Renzo
tem o ímpeto de trucidar o cara que já se encontra desacordado, mas Hanz o
contém novamente, puxando-o para longe dele.
-
Larga ele aí porra, vamos embora Renzo, você já detonou o cara!!!!
-
Beleza fiote, acho que já tá bom, só deixa eu fazer uma coisa.
Renzo
pega a faca que o rapaz traz na cintura e o arrasta pra calçada para que Hanz
possa sair com o carro.
Os
amigos entram em seus carros e seguem para a casa de Hanz, já era alta
madrugada e o frio que dominava aquela noite fazia com que as ruas estivessem
ainda mais vazias, se é que isso era possível naquela cidade.
Por
sorte ninguém presenciou o que acabara de ocorrer...
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