quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Capítulo XII



     Por volta das nove horas Hanz recebe a ligação de Renzo.
     - E aí nerd tudo bem? Você tá a fim de dar umas voltas fiote? Não agüento mais ficar em casa.
     - Sei lá meu, nem comi nada ainda.
     - Melhor ainda, eu também não, vamos dar uma volta daí aproveitamos e comemos alguma coisa por aí.
     - Boa idéia, mas a boneca tá podendo sair?
     - Muito engraçado, eu não tô morrendo não fiote.
     - Eu sei, tô zuando com você. Mas sério: você tá podendo sair?
     - Sair eu até posso, o problema é que não posso forçar o ombro então não dá pra dirigir, de resto tá tudo bem.
     - Então beleza, daqui a pouco eu passo aí então.
     - Certo, daí aproveito e te conto como foi lá na delegacia ontem. Você precisa sair de casa um pouco fiote e largar esse computador.
     - Ok, já, já eu tô passando aí. Até.
     Hanz já estava com fome e pensava em qual seria seu jantar, até que o convite de Renzo tinha vindo em boa hora mesmo ele não sendo muito fá de saídas principalmente nos sábados à noite pois as lanchonetes ficavam lotadas, mas até que ele estava disposto a sair naquele dia.
     Após arrumar-se e escolher alguns cd´s para ouvir no carro durante o passeio Hanz saía da garagem e como de costume encontra seus “amiguinhos” reunidos na pequena rua.
     Sábado à noite, quase dez horas, era o horário em que o pessoal costumava sair para as baladas nas cidades do interior.
     Como sempre a presença de Hanz não passa despercebida.
     - E aí Hanz, saindo à noite é? Que milagre!! Pra onde você tá indo? – indaga Willian amigavelmente.
     Baixando o vidro do carro ele responde:
     - Nenhum lugar especial, só vou dar uma volta com um amigo meu e comer alguma coisa, nada de mais.
     Enquanto respondia pôde ver quem estava por ali: Willian, Wagner, Felipe, Caio, Alex (que nem olhava para ele), Vítor e Roger, o último não pôde perder a chance de ficar quieto.
     - Hum, que papo é esse heim Hanz, saindo com homem é? Sempre te achei meio estranho mas nunca imaginei que você fosse gay.
     - Interessante Roger, pena que sua opinião não me importe em nada. Aliás, o que faço ou não creio que seja um problema meu concorda?
     Os rapazes caem na gargalhada, até mesmo Alex. Todo sem jeito Roger se desculpa.
     - Ô Hanz, foi mal aí cara, só tô brincando com você.
     - Tudo bem, eu também meu. Bom, deixa eu ir nessa antes que eu desista. Até mais galera.
     Dessa vez Willian nem esboçou intervir na conversa pois também não ia muito com a cara de Roger e até invejava Hanz por dizer o que pensava sem receio.
     Aumentando o volume do som, onde rolava Marilyn Manson, Hanz partiu para a casa do amigo.
     Nunca tivera muita paciência mas Hanz sempre procurava conter-se ao máximo ao dar respostas indelicadas, mas aquele tipo de brincadeira, principalmente vinda de alguém que não lhe despertava muita simpatia, normalmente não ficava sem uma resposta a altura.
     Não era muito comum isso acontecer pois era muito sossegado e “na dele” como costumavam dizer, mas quando cutucavam-no sobre um assunto que não o agradava era certo que a pessoa ouviria coisas nada simpáticas. Principalmente brincadeiras relacionadas ao seu modo de ser e de comportar, ele odiava isso: “Só porque o cara é solteiro, sossegado, não fica com galinhagem pra cima e pra baixo ele é taxado de gay, por que isso? Cada um faz o que gosta, age da maneira que mais me agrada, não existe um manual que estipula como as pessoas devem se comportar, é ridículo isso. E outra, e se eu fosse gay? Isso me diminuiria perante a sociedade em que? Trabalho e pago minhas contas sem pedir nem dever nada a ninguém, porra, vão se ferrar!!” – esse era o pensamento que sempre vinha à sua cabeça nessas ocasiões.
     Durante o trajeto até a casa de Renzo o trânsito ficara um pouco complicado, mesmo aquelas ruas sendo bastante tranqüilas, o que causou-lhe espanto. Um pouco mais a frente descobriu o motivo da lentidão, estava havendo uma festa numa casa no meio do quarteirão, e as pessoas na calçada e invadindo a rua atrapalhavam o fluxo dos poucos carros que por ali trafegavam
     Uma festa que parecia estar boa pois o número de convidados era grande, muitos carros estacionados, música alta e muitas garotas. Como estava com o vidro de seu carro aberto dessa vez as pessoas podiam vê-lo e ouvir a música alta que ouvia.
     Como costumava acontecer fora alvo de inúmeros olhares e sorriso femininos, mas como um assassino frio, sem demonstrar sentimento algum, continuou tranqüilo sem esboçar reação alguma.
     “Tsc tsc, é fogo, ficam tudo dando encima só por causa do meu carro, se eu passasse aqui numa lata-velha duvido que ficariam se engraçando desse jeito. Bando de bicho interesseiro...”
     Talvez por isso Hanz estivesse sozinho, não queria estar com uma garota que se interessasse por ele somente por causa do seu carro ou da sua condição econômica, queria alguém que gostasse dele pelo que era, sem interesse. Em seus últimos relacionamentos acabou abreviando-os por descobrir que suas ex estavam com ele apenas por causa da sua situação. Não era rico, longe disso, mas tinha um bom carro e levava uma vida bastante tranqüila. A casa que tinha, de um padrão até modesto para o bairro em que morava, era herança de seu pai, jamais teria dinheiro para comprá-la. Quando morava na capital, seu padrão de vida era o mesmo, com exceção do apartamento que morava com sua mãe, de valor bem inferior à casa deixada pelo pai. Talvez isso de devesse pelo carro que tinha, um modelo realmente caro e que dava a entender que ele fosse rico, mas ele não condizia com sua realidade, havia trabalhado anos e anos para comprá-lo, a Mitsubishi Pajero Sport preta era o carro de seus sonhos.
     Além do mais, não estava em seus planos iniciar um namoro naquele momento, isso só atrapalharia a rotina que levava e com a qual tanto tinha sonhado, além do mais, seus planos para o futuro não admitiam que ele se envolvesse com alguém.
     Após alguns quarteirões acaba chegando à casa de Renzo, que o esperava no portão, sob protestos da mãe, que não concordava com sua saída.
     Não deu-lhe importância, e com alguma dificuldade devido aos ferimentos, subiu no carro.
     - Diabo de carro alto fiote, quer me matar é? – resmungou ele.
     - Pô meu, foi mal, se eu soubesse que tava mal assim tinha te ajudado a subir.
     - Tudo bem, deixa pra lá fiu. Hum, Marilyn Manson é legal... você veio pela rua da padaria fiote?
     Hanz confirma com a cabeça, enquanto parte com o carro.
     - Então você deve ter visto o movimento na casa da Jaqueline, uma amiga da Bianca, ela deve estar lá, é aniversário dela.
     - É, tinha uma festa mesmo, tava até atrapalhando um pouco o trânsito; e olha, não me leva a mal meu, mas pela quantidade de patricinha e boyzinho que eu vi deu pra imaginar que sua namorada estaria lá.
     - Ah fiu, eu nem ligo, já acostumei com esse jeito dela, só que deve tá cheio de gatinha lá heim... Bom... e o que tá planejando fiote?
     - Sei lá meu, eu esperava que você desse uma sugestão, só sei que tô morrendo de fome.
     - Também tô com fome fiote. Faz tempo que não vou lá no Arabian´s, o que você acha?
     - Pô, legal, boa idéia Renzo. Vamos comer umas esfihas lá, faz tempo que não como. Puts, mas tem que passar pela “avenida” meu.
     A tal “avenida” era aquela do agito noturno da cidade onde ficava não só o Chopp do Padre como a grande maioria dos barzinhos e naquele horário, naquele dia, o movimento não devia estar fraco.
     - Pô Hanz, deixa de ser anti-social fiote!!! Qual o problema de passar por lá? O trânsito? Quer uma ajuda pra colocar diesel no bichão?
     - Não meu, não é nada disso, é que você sabe que eu não curto ficar desfilando pra cima e pra baixo igual esses boy babaca.
     - Então pra quê você comprou esse puta carrão da hora? Pra deixar ele na garagem e tirar ele só pra ir trabalhar e ir no mercado? Fala sério!!! Comprasse um carrinho mil então que é mais econômico.
     Hanz não consegue segurar o riso diante do jeito do amigo.
     - Que se danem os malditos boys. Eles desfilam com o carrinho do papai e da mamãe, quero ver se algum deles tem cacife pra ter um desse igual o meu no nome deles. Além do mais não vamos ficar rodando pra lá e pra cá feito otário, só vamos passar por lá pra irmos no Arabian´s.
     - É isso aí Hanz, deixe de se importar um pouco com o que os outros pensam cara. Curta mais a vida fiote, descole umas gatas, aposto que elas babam quando vêem o bichão preto.
     - Babam mesmo, mas sei lá, eu não comprei esse carro com esse intuito cara, comprei porque sempre gostei dele, sempre fui tarado por esse carro, o problema é que elas também são!!! – e cai na gargalhada.
     Apesar do movimento na mencionada avenida eles não demoram mais do que meia-hora para chegarem na lanchonete, no trajeto, Hanz conta ao amigo sobre os acontecimentos da sua rua com o amigo.
     Na lanchonete, os amigos fazem seus pedidos.
     - Pra mim você traz um beirute completo e um suco de goiaba. – pede Hanz
     - Ótima idéia, traz um pra mim também e um suco de acerola. Se não der, eu completo com umas esfihas depois.
     O garçom segue com os pedidos.
     - Com certeza você vai pedir então Renzo!!! – brinca Hanz.
     - Faz tempo que não venho aqui fiu, dá vontade de comer o cardápio inteiro. Eu sempre venho com as esfihas em mente mas quando chego aqui acabo esquecendo delas.
     - Mas não é indigesto não? Pô, comer plástico cara!!!
     - Ora, vejam só, o mocorongo da capital com senso de humor, quem diria heim!!!
     - Mocorongo seu nariz!!!! E eu tenho senso de humor sim meu, só não o utilizo como você.
     - Eu sei fiu, tô brincando com você. É seu jeito cara, você é mais sério mesmo. O problema das pessoas é que elas querem que as pessoas ajam da maneira que elas querem e não se esforçam para aceitar o jeito de cada um. Eu no começo estranhava um pouco o seu, porque eu sou escrachado mesmo, mas com o tempo me acostumei, cada um é cada um fiote.
     - Como os babacas lá da minha rua, eles que deviam aprender isso. Foi como eu te contei meu, acabei com o babaca só na idéia, nem precisei baixar o nível nem nada.
     - Olha, tenho que te dar de novo os parabéns. Sinal que alguma coisa útil você aprendeu em suas conversar comigo, mas tenho que te confessar, eu não sei se teria o sangue-frio que você teve não cara, eu já quebrava eles no meio logo e boa.
     - Como você mesmo acabou de dizer meu, cada um é cada um.
     - É isso aí fiote. Muita gente te chamaria de covarde, diria que estava com medo de brigar, mas eu sei que não foi isso fiu, já passei por isso e imagino o que sentiu. Tem cara que por saber que eu luto parece querer arrumar briga comigo na tentativa de que, se ganhar de mim, vai se crescer no meio da turminha dele. É ridículo isso, coisa de moleque, coisa de quem tem uma cabecinha de merda mesmo. Porra, pra que brigar com um cara desses? O que vai adiantar você quebrar um babaca desses? Fica até feio sendo eu um lutador preparado bater num cara que não entende de nada, um valentão bêbado.
     - No seu caso eu entendo Renzo, porque você luta. Mas no meu não foi isso, eu não luto nada, já te disse isso meu. Eu fiz aquilo realmente porque acho que naquele caso brigar não adiantaria nada. Se ele me batesse é claro que eu ia revidar, não sou trouxa, mas eu sabia que minha atitude ia acabar com ele, o deixaria sem ação. Foi melhor do que uma surra.
     - Cada caso é um caso fiote, quando você age só você tem noção do motivo que te leva a fazer isso. Você é quem conhece o oponente, você quem sabe do sentimento que está dentro de você no momento: medo, raiva, pena, ou seja lá qual for. Outra pessoa não pode julgar a não ser que isso esteja muito na vista, mas olha, eu te parabenizo de novo cara, parabéns.
     Chegam os sucos e os amigos acabam mudando de assunto.
     - Mas e aí Renzo, a Bianca não briga de você ter saído sozinho, de não ter ido na festa com ela?
     - No começo ela esquentava fiote, mas agora ela não liga não. Acho que já acostumou. E outra, eu saí com você, que é meio assexuado, e ela sabe disso, então não tem problema...
     Renzo já aguarda pelo protesto do amigo.
     - Assexuado? Pô, você tá louco é? Nossa... e você tem comentado de mim com ela é?
     - Ah, ah, ah, ah, ah, é zoeira fiote!!! Mas ela sabe que você é sossegado com mulher, que quando eu saio com você não é pra ficar com galinhagem, então ela não liga. E outra, ela nem sabe que eu saí, ela tá lá enfiada na festa da amiga dela sabendo que eu não teria como ir por causa das minhas costas, então ela, mesmo que quisesse, nem podia falar nada.
     - Sei... bom, menos mal. Mas estávamos quase esquecendo meu, como que foi lá na delegacia?
     - É verdade fiote... bom, um dos malacos que a polícia pegou é o que tentou te assaltar aquele dia, ele já tem uma listinha longa, já foi fichado várias vezes e tão cedo não vai estar na rua de novo. Conversei com o delegado sobre esse dia e ele recomendou que seria bom você ir até lá e prestar queixa assim o cara se enterra ainda mais. Aparece lá amanhã.
     - Isso é bom, mas não complica nada o fato de você ter acertado ele aquela vez?
     - Que nada, foi legítima defesa, o cara ia te assaltar, pode ir lá sossegado. Eu conheço os polícia de lá, são tudo colega meu. E tem outra: o outro que tá preso ainda tá no hospital, acertei ele de jeito, tem algumas passagens também, mas a ficha é menor, mas acho que também fica engaiolado um bom tempo.
     - O problema são os outros dois que escaparam então... será que eles não vem atrás da gente não?
     - Acho difícil, a polícia tá atrás deles, acho que vão ficar escondidos e tão cedo não vão aparecer, acho que nem na cidade não devem estar mais.
     - Tomara, essa história já deu o que tinha que dar. Amanhã no fim da tarde eu passo lá pra não me enrolar no serviço.
     - Tá certo. Liguei pro meu cunhado hoje, seu bichinho de estimação vai estar na sua casa essa semana, o treinamento já tá praticamente finalizado.
     - Que bom meu, você sabe que não gosto de deixar minha casa sozinha. Acho que o treinamento básico já é o suficiente, pra uso doméstico não precisa mais que isso.
     - Tá bom sim, o Ralf também só teve o básico e pode ver que ele obedece na boa. É bom treinar pra não correr o risco de nenhum acidente acontecer, esses bichos não são brincadeira. Tendo treinamento já dá pra ficar mais tranqüilo fiote.
     - O Brutus deve tá grande heim. Da última vez que vi o bicho ele já tava um cavalo.
     - É fiote, deve tá grandinho sim, vai fazer oito meses já, bem alimentado e tal, deve puxar os pais dele. E vai se preparando fiote, o bicho come heim, você vai gastar uma grana razoável com ração.
     - Eu imagino mesmo. Falando nisso, nosso pedido tá chegando aí.
     Após serem servidos eles prosseguem a conversa.
     - Semana que vem é a reunião heim fiote.
     - Isso aí, você tá dentro do esquema ainda?
     - Mas que pergunta heim fiu... Claro que tô, sou o primeiro a encabeçar a lista, pode contar comigo.
     - Legal meu, legal mesmo. Temos que formar um grupo unido, que esteja disposto a encarar com seriedade nossa causa e permanecer unido em qualquer dificuldade. Torço pra que tudo dê certo, mas confesso que dá um pouco de medo meu, o risco que a gente corre é grande, você sabe.
     - Nem precisa falar Hanz, eu sei disso fiote, mas se ninguém nunca se arriscar a situação vai continuar esse fiasco até quando? A violência aumenta mais e mais a cada dia, até onde isso vai? Alguém tem que começar a agir, os políticos não resolvem nada cara, entra e sai político no governo e continua tudo na mesma, os antigos contaminam os novos e ninguém faz nada. É triste isso fiote, seria muito bom se quando ocorressem as eleições os políticos eleitos cumprissem suas promessas, alguns até parecem ter boa vontade, mas o próprio sistema impede que façam o que prometeram, assim não dá não.
     - É bem por aí mesmo meu, parece uma peste que contamina os novos e acaba ficando tudo igual. Se o poder do voto resolvesse as coisas nosso país estaria muito melhor; tem potencial pra isso e de sobra, mas infelizmente o povo só olha pro próprio umbigo, tanto a população quanto os políticos, e tudo acaba na mesma.
     - Quanto à mim, o Paulo e a Cibele você pode ficar tranqüilo porque tá todo mundo ansioso e determinado, com a gente não tem erro não fiote, sempre comento alguma coisa com o P.P. sobre isso e ele tá ansioso, só não dou muita garantia com a Tatiana, aquela amiga deles, mas pelo que dizem ela também tá firme e não vai desistir não.
     - Ótimo. Já tenho estudado algumas formas de realizarmos nossas manifestações, na reunião vou apresentá-las pro pessoal e ver se todos concordam, muita coisa tem que ser ajeitada ainda, mas tendo a idéia já é um começo.
     - É isso aí fiote...
     Os dois silenciam-se por alguns instantes enquanto saboreiam seu lanche, a fome parece estar falando mais alto, mas Renzo retoma a conversa.
     - Olha Hanz, tem uma coisa que me deixa apavorado nisso tudo fiu, você que é um cara religioso, que estuda essas paradas, como encara isso que estamos planejando? Você tem bem idéia do que faremos não é?
     Hanz olha fixamente para o amigo enquanto articula suas idéias.
     - É Renzo, eu sabia que em algum momento você ou algum dos outros me perguntariam isso. Sabe, eu já pensei muito sobre o caso e tento fazer o possível para não pôr em conflito meus princípios embora eu saiba que em algum momento isso acontecerá. Meus planos de ação não incluem mortes, não pretendo ceifar vidas humanas em nome dessa causa como muitos fazem pelo mundo afora. Meu plano é o de dar sustos nos governantes através de ações que demonstrem nossa insatisfação com perda somente material. Eu sei que eventualmente pode ocorrer alguma morte, não tem como exercer um controle total nas ações para que isso não aconteça, mas tô preparado pra isso, acho que o fim justifica os meios entende? Só que enquanto der pra evitar que isso aconteça, melhor. – explica o rapaz num tom de voz mais baixo.
     - Eu sei disso, afinal de contas quantas vidas não são perdidas hoje em dia com a violência, a criminalidade, a saúde pública sem recursos, etc? Por mínimas que possam ser as perdas de vidas ainda assim isso vai tá acontecendo em nome de um bem maior, infelizmente essa é a verdade fiote, mas faremos de tudo para que isso não aconteça. Também não quero minha consciência pesada não.
     - Com certeza meu, não objetivaremos mortes, mas se eventualmente acontecerem será um sacrifício em nome de um bem maior, como você mesmo disse. Mas antes de mais nada temos que estar de acordo que será feito o possível pra que isso não aconteça.
     - Não dá pra fazer um omelete sem quebrar os ovos, eu ouvi isso em algum lugar...
     - Isso mesmo, se acontecer, só poderei lamentar por isso, mas evitaremos ao máximo, caso contrário, nada feito... Se acontecer, será uma fatalidade.
     - Tá beleza fiote, eu também penso como você. Faremos de tudo pra que ninguém se machuque, eu não tenho instinto assassino não.
     Hanz apenas encara o amigo, diante de alguns acontecimentos que ele presenciou fica difícil acreditar nessas palavras do amigo, mas enfim, ao menos ele concorda com seu ponto de vista...

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